quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Cancro

Um cancro surge quando as células normais se transformam em células cancerosas, com capacidade de se multiplicarem e invadirem os tecidos e outros órgãos. Esta transformação, denominada carcinogénese, resulta de erros (mutações) que ocorrem durante os processos de divisão e diferenciação celulares. Estes podem ser desencadeados pelos agentes carcinogéneos, como as radiações UV, substâncias tóxicas, determinados vírus...
Verifica-se, então, uma alteração na expressão dos genes, que conduz a um aumento da proliferação das células ou à diminuição da apoptose (morte celular programada). As células outrora normais vão dividir-se de forma descontrolada, levando à produção de aglomerados celulares anormais, que apresentam alterações de forma, tamanho e função.
Nem todos os tumores são cancros. Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Estes últimos são aqueles que normalmente tratamos por cancro.
Os tumores malignos diferem dos tumores benignos por terem a capacidade de poderem infiltrar tecidos adjacentes, incluindo órgãos que estão próximos, e de se espalhar pelo organismo, invadindo outros tecidos e formando metástases.
A metastização consiste na formação de tumores em novos locais, através da migração das células cancerosas.

Os cancros classificam-se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em:
Carcinoma - Tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, ou seja, que estão em contacto umas com as outras, formando estruturas contínuas, como, por exemplo, a pele, as glândulas, as mucosas. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas.
Sarcoma - Tumor maligno que tem origem em células que estão em tecidos de ligação, por exemplo ossos, ligamentos, músculos, etc. Nestes, as células estão unidas por substância intercelular e não são epitélios, são tecidos conjuntivos.
Leucemia - Vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há normalmente um tumor propriamente dito.
Linfoma - Cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o nosso corpo e cuja função é a de combater as infecções. O linfoma afecta um grupo de células chamadas linfócitos. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin.


MATIAS, Osório; MARTINS, Pedro; Biologia 11 (2008), Areal Editores.
Portal Saúde

Pesquisa

Já iniciamos a pesquisa para o nosso trabalho escrito sobre cancro. Dentro em breve serão publicados alguns posts com alguma da informação recolhida.

Uma vez que estamos numa época festiva, tome atenção a alguns factores de risco e formas de prevenção do cancro:
• Não fume. Se é fumador, deixe de o ser o mais rapidamente possível e não fume na presença de não fumadores.
• Aumente a ingestão diária de vegetais e frutos e limite a ingestão de alimentos contendo gorduras animais.
• Modere o consumo de bebidas alcoólicas.

Bom Ano Novo!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Primeira vacina contra o cancro do cérebro?

Hoje li na revista Notícias Sábado' o seguinte artigo:
"Um grupo de especialistas do Hospital da Universidade de Navarra, Espanha, está a tentar encontrar uma vacina contra o cancro do cérebro, tratando o cancro como se fosse uma bactéria ou um vírus. A ideia, infelizmente ainda sem resultados concretos, é educar o sistema imunológico a destruir as celulas cancerigenas.
Para fazer isto, este grupo de cientistas vai fazer ensaios clínicos com 37 pessoas e a escolha do tipo de cancro prende-se com o facto de afectar cerca de 2400 pessoas anualmente, das quais apenas cinco por cento sobrevivem durante cinco anos. O objectivo é criar vacinas individualizadas através das células tumorais de cada doente, que depois de inúmeros trabalhos de laboratório permitiriam, ao introduzir novamente no doente essas células já tratadas, que o sistema imunitário destruísse o tumor.
Para já, os cientistas estão apostados apenas em aumentar a sobrevida dos pacientes/voluntários que, estando numa fase inicial da doença, receberão a vacina, juntamente com os restantes tratamentos, como quimioterapia, radioterapia e medicamentos."

No entanto, ao realizar uma pesquisa sobre o assunto deparei-me com esta notícia de 2007:
"A Suíça vai ser o primeiro país a disponibilizar uma vacina contra o cancro do cérebro. Fabricada pelo laboratório norte-americano Northwest Biotherapeutics, os testes têm demonstrado que aumenta a esperança de vida e diminui as reincidências.
Foram realizados testes em 141 pacientes, cujos resultados mostraram que a vacina aumenta o intervalo de reincidência do cancro de 6,9 meses para 18,1 meses, além de aumentar a esperança de vida dos pacientes de 14,6 meses para 33 meses. Ao contrário do tratamento com quimioterapia, o laboratório garante que esta vacina não apresenta efeitos secundários debilitantes.
A vacina visa desencadear um ataque do sistema imunitário do paciente contra o seu próprio tumor. Os médicos retiram células do sistema imunitário, que em laboratório são expostas a biomarcadores, ao mesmo tempo que as fortalecem. É uma forma de as células imunitárias reconhecerem as marcas específicas do tumor, pois numa segunda fase as células imunitárias são reinjectadas no paciente, actuando de forma mais aguerrida contra o “invasor”, o próprio tumor.
O laboratório espera disponibilizar a vacina nos principais centros médicos e hospitais da Suiça no terceiro trimestre de 2007 e procura obter aprovação para a sua comercialização nos EUA e em outros países da Europa no início de 2009. No futuro, conta levar esta vacina a pacientes de outros países, assim como aplicar a sua tecnologia a muitos outros tipos de cancro."
http://arquivo.hospitaldofuturo.com/?p=169

Alegro-me com o facto de dois grupos de cientistas estarem a trabalhar nesta área, mas ao mesmo tempo pergunto-me porque não ouvimos falar da vacina suíça antes e também porque estarão os cientistas espanhois a tentar desenvolver uma técnica, "infelizmente ainda sem resultados concretos", que já foi desenvolvida com sucesso pelos seus colegas suíços...

Filipa

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Medula Óssea

No próximo dia 26 de Fevereiro, iremos realizar uma campanha de recolha de Sangue/Medula Óssea na nossa escola. Esta campanha será realizada em parceria com o grupo B da nossa turma e a propósito desta, aqui vai alguma informação sobre a medula óssea e o modo como é recolhida.

A medula óssea é um tecido esponjoso que preenche o interior dos ossos longos, como os da bacia.
É nesse tecido que existem células progenitoras, os seja, com capacidade para se diferenciarem e darem origem a qualquer célula do sangue periférico que se designam células estaminais. Estas células renovam-se constantemente mantendo o seu número relativamente constante em qualquer momento. Existem dois processos de colheita de células para transplantação de Medula:
- Colheita a partir da recolha de Medula Óssea: As células progenitoras são colhidas do interior dos ossos pélvicos, requer geralmente anestesia geral e uma breve hospitalização.
- Colheita de células progenitoras periféricas: A colheita é feita no sangue periférico, através de um processo chamado aférese, em que o dador tem de tomar previamente um medicamento que é um factor de crescimento que vai fazer aumentar a produção de células progenitoras no sangue .
Além destes dois processos, existe, ainda outra fonte de células progenitoras que são as células do cordão umbilical.

Fernanda, 17 de Dezembro 2009

Cientistas britânicos descobrem o código genético do cancro da pele e do pulmão

Cientistas britânicos do 'The International Cancer Genome Consortium' descobriram o código genético do cancro da pele e do pulmão.
O artigo foi publicado na revista "Nature", na qual o grupo de cientistas aponta o tabaco e os raios ultravioletas como responsáveis pelas mutações que desencadeiam o crescimento anormal de células (tumores) nos pulmões e na pele, respectivamente.

"A identificação das mutações das células cancerosas nos tumores do pulmão e nos da pele foi obtida por cientistas britânicos, naquele que parece ser o primeiro passo na descodificação de todas as formas da doença. A descoberta abre caminho, num prazo de anos, a novas terapias, meios de diagnóstico precoce e sobretudo à melhor compreensão do cancro

A ciência conseguiu decifrar o código genético de dois dos cancros mais comuns e mortais, o da pele e dos pulmões, abrindo caminho a potenciais curas e a inovadores meios de diagnóstico que permitirão identificar a doença de forma precoce. As aplicações são enormes, embora à distância de anos, e os estudos, publicados na Nature, estão a avançar em outras formas da doença.

Os cancros são mutações de células saudáveis causadas por factores ambientais. As células doentes acumulam-se em tumores capazes de criar rupturas nas funções dos diferentes órgãos atingidos. A identificação das mutações que ocorrem em células saudáveis permitirá compreender a doença de forma mais detalhada e, eventualmente, levará a um simples teste de sangue que permitirá perceber quais as melhores terapias para cada doente. A complexidade da doença é o maior desafio: o tumor dos pulmões envolve 23 mil mutações das células saudáveis e o melanoma da pele mais de 33 mil.

A descoberta foi anunciada pelo Instituto Wellcome Trust Sanger, de Cambridge, no Reino Unido. Segundo explicou Mike Stratton, líder britânico da equipa que realizou o trabalho, esta descoberta muda a forma como os cientistas olham para a doença: "Este é um momento fundamental na história da investigação do cancro", afirmou o académico, citado pela BBC.

O Instituto Sanger usou tecnologia sofisticada para identificar as sequências de genes nos tecidos do tumor e nos tecidos das células normais. A comparação dos dois permitiu identificar milhares de diferenças, mas para encontrar aquelas que verdadeiramente matam os doentes serão necessários anos de trabalho adicional.

A identificação do código genético de duas formas de cancro é ainda um passo na procura de curas para a doença. Há equipas em dez países que, integrados num consórcio internacional do genoma do cancro, tentam completar as sequências de ADN de todos os tipos da doença existentes. Os americanos concentraram-se em várias sequências (cérebro, ovários), os ingleses estão a estudar o cancro da mama, os japoneses concentram-se no do fígado e a China está a investigar a genética do cancro do estômago. A conclusão deste trabalho levará pelo menos mais cinco anos.

A tarefa parece gigantesca: em Agosto, uma equipa americana conseguira decifrar o código genético de um doente com leucemia, mas as sequências de mutações eram totalmente diferentes daquelas que tinham sido identificadas um ano antes, noutro doente. Identificar as mutações que são verdadeiramente perigosas não é fácil e, por exemplo, das 23 mil presentes no cancro do pulmão, a maioria parece ser inofensiva.

No entanto, o estudo detalhado dos catálogos de cada forma da doença poderá levar os cientistas a perceber no futuro o impacto dos factores ambientais na base das mutações. Os benefícios potenciais destes avanços serão recolhidos pela próxima geração da humanidade, avisam os cientistas. "
in Diário de Notícias, 17 de Dezembro de 2009

Fernanda

sábado, 5 de dezembro de 2009

Melanoma Maligno

Provavelmente já viu algum episódio de Anatomia de Grey e quiçá se não é um fanático desta série televisiva. Sendo assim, certamente que conhece a Dra Izzie Stevens.
Se tem acompanhado a série, sabe que, na 5ª temporada, Izzie (Katherine Heigl) descobre que tem melanoma metastático em fase avançada e que a sua taxa de sobrevivência ronda os 5%. Por ter sido detectado tardiamente, já se haviam formado metástases (tumores que se formam devido à disseminação do tumor principal) no fígado, cérebro e pele.
Inicialmente sem vontade de lutar contra o cancro, Izzie vê-se apoiada pelos seus amigos médicos e inicia os tratamentos que lhe são sugeridos (quimioterapia e várias cirurgias para remover as metástases).


O melanoma maligno é um dos tipos de cancro da pele menos comuns, mas é responsável por 75% das mortes provocadas por este tipo de cancro.
É um tumor altamente maligno em fases avançadas, devido à sua elevada probabilidade de sofrer metastização (formação das metástases) e se disseminar para qualquer outro órgão, especialmente para os pulmões, cérebro, fígado, ossos e pele. Tem uma evolução rápida e imprevisível, sendo por isso bastante agressivo.
Verifica-se uma transformação celular dos melanócitos, as células que produzem o pigmento melanina que dá cor à pele, que crescem anormalmente, apresentando-se geralmente como um sinal de coloração preta, castanha ou vermelha, que cresce rapidamente e com os bordos irregulares. Pode surgir numa porção de pele normal ou desenvolver-se a partir de sinais pré-existentes.
Os principais factores de risco do melanoma são a pele clara (as pessoas de pele escura, embora também possam ser afectadas, têm mais melanina, a qual absorve parte da radiação ultravioleta antes desta provocar danos), exposição a radiações (Sol, solário, …), factores genéticos (susceptibilidade hereditária), e determinados agentes químicos cancerígenos.
Na fase inicial, não se manifestam grandes sintomas. O aparecimento destes inicia-se com a metastização: fadiga, vómitos, perda de apetite, náuseas, alteração dos bordos de sinais, …
O risco de desenvolver melanoma maligno duplica apenas com uma queimadura solar em criança.
Este tipo de cancro tem uma incidência maior em pessoas entre os 30 e os 45 anos.

Por isso não se esqueça, na praia utilize sempre protector solar de factor adequado ao seu tipo de pele, t-shirt, chapéu e óculos de sol, e evite as horas de maior perigo.

Como fazer o auto-exame da pele?
Quando estiver a fazê-lo, lembre-se do ABCDE dos sinais; qualquer alteração num sinal deve ser motivo para vigilância:
A – Assimetria
B – Bordos
C – Cor
D – Diâmetro
E – Elevação

João Paulo

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Identificada nova mutação genética no cancro gastrointestinal

Investigadores portugueses identificaram, pela primeira vez, uma mutação de um gene implicado no cancro gastrointestinal que, num futuro próximo, poderá servir como biomarcador de prognóstico ou ajudar no desenvolvimento de novos fármacos.


O trabalho, que vai ser publicado em breve pela revista “Human Molecular Genetics”, foi realizado por uma equipa do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e contou com a colaboração do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e do Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia (IBB) do Instituto Superior Técnico.


"A novidade da descoberta é que este gene nunca até agora tinha sido descrito como estando mutado no cancro e vai ser descrito pela primeira como um gene participante no desenvolvimento do cancro colorrectal e do estômago, e provavelmente implicado noutro tipo de neoplasias", explicou a líder da investigação à agência Lusa, Raquel Seruca.


Durante o estudo, que se prolongou por cerca de três anos, os investigadores analisaram uma série de tumores de doentes de várias origens (Finlândia, França, Itália, Suécia e Espanha) nos quais constataram existir mutações do novo gene em cerca de 21% dos casos de um tipo particular de cancro colorrectal e do estômago.


Com o objectivo de perceber a importância das mutações, os trabalhos incidiram em culturas celulares (in vitro) e em ratinhos (in vivo).

http://portal.alert-online.com/?key=680B3D50093A6A002E42140A321A2A5C0B683E0A76075179665C72

Interdisciplinaridade

No âmbito da disciplina de Química, estamos a estudar os iões metálicos complexos: substâncias químicas constituídas por um átomo central metálico, rodeado por muitos outros átomos de oxigénio, hidrogénio, etc.


Estes complexos têm uma larga utilização na Bioquímica e na Medicina, sendo um exemplo a Cisplatina.



A Cisplatina é composta por platina, cloro, hidrogénio e azoto e é um dos fármacos utilizados na quimioterapia de diversos tipos de cancro. A sua função é ligar-se às cadeias de DNA das células tumorais, impedindo a sua replicação e a multiplicação destas células. A cisplatina também induz a apoptose - morte celular programada.




Cuidados a ter e efeitos secundários:
A Cisplatina tem uma elevada nefrotoxicidade - é tóxica para os rins - devendo ser administrada lentamente, em solução salina e em conjunto com diuréticos. Por este motivo, deve ser administrada apenas em hospitais e por médicos especializados.
Outros efeitos secundários são vómitos e diarreia (efeitos secundários imediatos).

http://www.acisplatina.pt.to/

Filipa