segunda-feira, 8 de março de 2010

Mapas tridimensionais ajudam a detectar cancro na próstata (CiênciaHoje)

Apesar de ser um dos tumores mais habituais, o diagnóstico do cancro da próstata continua a ser um desafio para os oncologistas, que muitas vezes encontram falsos negativos que dificultam o seu trabalho.

Um novo estudo, publicado na revista 'Science Traslational Medicine', aponta um dos caminhos futuros, com o desenho de mapas tridimensionais da doença a partir de alterações químicas que ocorrem nos tecidos nas células malignas.

Segundo explica a equipa de Chin-Lee Wu, do Hospital de Massachusetts, nos Estados Unidos, a investigação foi baseada em metabólitos, pequenas moléculas que são produzidas por reacções químicas no organismo.

Observando as próstatas removidas de cinco doentes com cancro, os cientistas descobriram que era possível usar essa ‘impressão digital química’ para criar um mapa tridimensional do tecido canceroso.

Apesar do grande avanço tecnológico de métodos, ainda há o risco de analisar uma amostra da próstata em que não existe tumor, o que significa que é erroneamente diagnosticado um negativo.

“Apesar da ajuda dos métodos radiológicos, ainda existe uma imperiosa necessidade de novas técnicas para superar estes obstáculos e poder detectar a doença nos seus estados iniciais”, explicam os autores.

Este estudo mediu diferentes metabólitos no tecido da próstata e combinou-os usando tecnologia informática até detectar as regiões de tecido mais alteradas.
Chin-Lee Wu, autor do estudo
Com esta informação somada a uma técnica de imagem como a espectroscopia de ressonância magnética podem detectar-se lesões de cancro com uma precisão de 93 a 97 por cento.

Como explica Wu, é difícil crer que as alterações químicas que se produzem por causa do cancro afectem um único metabólito, e não um conjunto deles. Talvez esta mesma informação sirva no futuro para oferecer outra informação sobre os tumores, como o seu grau de malignidade ou a sua extensão a outros tecidos.


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