"A produção da substância radioactiva molibdénio, cuja escassez está a provocar atrasos nos exames de diagnóstico de oncologia e cardiologia, vai ser necessária por mais 15 anos, segundo um inquérito realizado pela Associação Europeia de Medicina Nuclear.
O "Diário de Notícias" revela na edição de hoje que várias clínicas e hospitais portugueses estão a adiar exames de diagnóstico em cardiologia e oncologia perante a escassez mundial desta matéria-prima essencial à sua realização.
Em causa está a paragem de um dos dois maiores reactores nucleares mundiais que produzem molibdénio, refere o jornal.
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Até agora, os exames urgentes têm sido assegurados, mas para isso é muitas vezes necessário cancelar alguns exames e tornar a marcá-los para quando houver capacidade, disse a médica [Lucília Salgado, médica no Instituto Português de Oncologia de Lisboa], reiterando: "houve alguns períodos mais críticos, mas não tem havido interrupção total de fornecimento".
Apesar de haver exames alternativos, aquela matéria-prima faz falta: "É o nosso cavalo de trabalho", comentou a médica, adiantando que anualmente são realizados milhares destes testes.
"É todo um sistema de trabalho que está a ser abalado porque os nossos equipamentos foram construídos de forma a poder ler com grande eficácia a energia do tecnécio" (substância derivada do molibdénio), sustentou Lucília Salgado, convicta que a sua produção vai ser assegurada, até porque "estão a ser dados passos nesse sentido".
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Para o presidente da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde, que representa o sector privado, os "casos mais prementes são sempre tratados", com a gestão dos lotes a ser feita "em função das necessidade mais ou menos urgentes".
"Não há propriamente uma consequência drástica para as pessoas que necessitam de realizar estes exames", sublinhou Armando Santos, considerando que esta situação tem "menos impacto" na actividade privada por ter mais de um fornecedor e não ser sujeita a concursos públicos."
in Público
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